MEDITAÇÃO
Com o advento da Revolução Industrial o homem foi se afastando de sua
natureza espiritual e se tornando cada vez mais materialista em busca de
elementos que ele acredita serem fontes de prazer e felicidade, mergulhando no TER
e esquecendo o que é SER. Nesse processo, as preocupações aumentam em proporção
direta aos desejos, e assim advém a ansiedade, os processos competitivos e,
conseqüentemente, a infelicidade.
Porém, essa suposta ou falsa felicidade é efêmera, não durando mais que
alguns minutos após se conseguir o objeto tão desejado. Em seguida vem a
frustração, por considerar que aquilo ainda é pouco – é preciso mais e mais, mesmo
que tenha que destruir a tudo e a todos. E assim o homem de hoje vai vivendo
segundos de felicidade e horas de angústia e tristeza.
Entretanto, lá no âmago de seu ser ainda vive, embora fraca, a lembrança
da verdadeira felicidade resultante da paz, da consciência do Divino e de sua
união com Ele. E na verdade é essa lembrança a força motriz de sua existência,
porque mesmo não querendo admitir, é a necessidade de resgatar esse divino que
existe nele, que faz com que o homem siga em frente, com que “viva”. O resgate
deste “estado natural” é possível, mesmo nos atribulados dias de hoje, pela
prática constante da meditação iniciática, trazida para o Brasil por Sri Maha Krishna
Swami.
Meditar nada mais é que transcender a mente, o corpo denso e os sentidos.
É deixar de ser dominado por elementos negativos e sim, passar a dominá-los. A
mente, sobretudo, é a que mais precisa ser controlada, tornar-se submissa e
tranqüila para finalmente dissolver-se no Ser Supremo, permitindo ao praticante
da meditação viver no estado natural de ser. E assim, ele não será contaminado
pelos assuntos do mundo profano, nem será dominado pelo egoísmo das paixões
humanas; antes será paciente, aumentando a cada dia a felicidade e a gratidão
para com tudo e com todos.
De acordo com Sri Maha Krishna Swami, quando meditamos devemos estar
seguros de nossa unidade com o Ser Supremo. Pela certeza de que somos o Ser, de
que somos a Verdade Absoluta, não há necessidade de nos apoiarmos em mais nada.
Por que nos apoiarmos na matéria, se tudo aquilo que é manifestado é perecível?
E que felicidade pode haver no mundo manifestado, no mundo profano cheio de
paixões, cobiça, deturpação? Só podemos viver verdadeiramente quando nos
libertarmos dessas “capas” pela prática diária da meditação e da sublime
devoção, pois em nós o Criador Absoluto refulge efetivamente, com um sentir da
verdade de Ser.
Somente pela meditação podemos alcançar a verdadeira e efetiva felicidade
que nos leva à identificação com o Ser Eterno. Essa é a real essência do homem a
qual foi sendo sufocada ao longo do tempo e que pode e deve ser resgatada neste
exato momento não exigindo qualificações prévias ou estudos eruditos. Ela é
acessível a qualquer um que queira adquirir a paz, a harmonia e o equilíbrio em
qualquer tempo independente das condições atuais de insegurança e confusão.
